Presidente brasileiro critica tarifas impostas por Trump e reafirma compromisso com o comércio justo e a democracia internacional
Brasília — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu com firmeza às recentes declarações e ações do ex-presidente norte-americano Donald Trump, marcando um novo capítulo nas relações entre Brasil e Estados Unidos. As críticas surgiram após Trump anunciar, em seu novo mandato, a imposição de tarifas sobre a importação de aço, alumínio e automóveis brasileiros.
Durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Lula classificou a medida como “unilateral e injusta” e afirmou que o Brasil tomará medidas equivalentes.
> “Se Trump decidir taxar nossos produtos, nós também saberemos como proteger nossa indústria. O Brasil não será tratado como um país de segunda categoria”, declarou Lula.
Além da questão comercial, Lula também criticou publicamente a postura de Trump em relação à democracia. Em entrevista à revista The New Yorker, o presidente brasileiro classificou o ex-presidente dos EUA como um “negacionista das instituições democráticas”, em referência aos ataques de Trump ao sistema eleitoral norte-americano e à sua conduta após a derrota nas eleições de 2020.
> “O que vimos foi um líder que se recusa a aceitar as regras do jogo. Isso é perigoso não só para os EUA, mas para o mundo inteiro”, disse Lula.
Outro ponto de tensão surgiu quando Trump propôs um plano para remover populações da Faixa de Gaza e instalar uma administração provisória dos EUA na região. Lula chamou a proposta de “absurda” e “uma agressão ao povo palestino”, reafirmando seu apoio à autodeterminação dos povos.
Em relação ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Lula também comentou o episódio em que Trump o humilhou durante uma visita oficial:
> “Foi uma cena grotesca. Aquilo não se faz com nenhum chefe de Estado.”
Lula tem buscado se posicionar internacionalmente como um defensor do multilateralismo e da diplomacia baseada no respeito entre nações. Ele já sinalizou que o Brasil poderá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) caso as tarifas impostas pelos Estados Unidos prejudiquem setores estratégicos da economia nacional.
Segundo analistas, a postura de Lula reflete um desejo de reafirmar o protagonismo do Brasil no cenário internacional, contrastando com a política externa agressiva e isolacionista de Trump.
Para o presidente brasileiro, o diálogo é possível — mas apenas com respeito mútuo.
> “Trump foi eleito para governar os Estados Unidos. Eu fui eleito para governar o Brasil. Cada um deve cuidar do seu país, respeitando o outro.”